quinta-feira, 24 de março de 2022

Para refletir.

Publicada por A.Mendes

 

Alguns Derigentes que leiam isto até ao fim boa caça.
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OS SETE PERIGOS
Existem sete perigos para o Escutismo para os quais, me parece, devemos estar alertar e tomar o devido cuidado:
1. Complacência, do tipo de pessoas que pensam: “há cinquenta anos que temos trabalhado assim e temos feito um bom trabalho, portanto continuemos assim”. Recordemo-nos que o trabalho para os rapazes de hoje tem que ser feito pelos homens do presente. Estou tão orgulhoso, como qualquer outro Dirigente, do nosso passado, mas isso não nos leva a parte alguma. Há, hoje, muito mais a ser feito do que houve em qualquer outra época e o máximo que o passado pode fazer para nós é inspirar-nos para um maior esforço;
2. Centralização. Acampamentos Nacionais, Regionais e Jamborees são muito bons, mas quando muito frequentes, podem ser desastrosos. Devemos dar ao Dirigente a maior oportunidade possível para trabalhar com a sua Unidade e infundir-lhe os bons princípios e não juntar os rapazes em grandes massas para um grande espetáculo. Às vezes é tal o número de atividades organizadas pelo Distrito ou Região que praticamente não resta tempo ao Dirigente para trabalhar com as suas Patrulhas ou Alcateias;
3. Super administração e não suficiente capacitação. Gostaria de sugerir-lhes dar uma olhadela nos orçamentos e balanços, para verificar se aquilo que gasta com papelada e administração está equilibrado com o que se emprega na capacitação técnica. Ambas as coisas são necessárias, porém mantenhamos o equilíbrio.
4. Seriedade Demasiada. O Escutismo é algo sério, contudo, uma das grandes coisas é a alegria de participar nele, isso é válido tanto para os dirigentes como para os rapazes. Em alguns países, há o perigo de se pensar em termos educacionais ou psicológicos e, enquanto fazemos isso, perdemos muito da nossa condição de “amadores”. E vocês todos sabem que como amadores somos bons, mas como profissionais somos péssimos. Somos uma parte complementar na vida do rapaz; complementar na escola, dos pais, da igreja, e, mais tarde, do trabalho.
5. Exclusividade, o perigo de pensar que "os chefes devem provir do próprio Movimento". Penso que necessitamos de gente de fora, com diferentes experiências - homens de bem que tenham a faculdade de crítica construtiva e que tragam sangue fresco para o Movimento;
6. Austeridade demasiada. Acho que tendemos a nos fazer demasiado respeitáveis e a nos converter em um movimento para apenas os rapazes bons, em vez de levar o Movimento para os rapazes que dele necessitam. O Escutismo nasceu em 1907 entre meninos pobres e, se economicamente os rapazes melhoraram desde então, por outro lado moral e espiritualmente existem rapazes tão pobres como naquela época, que necessitam do Escutismo.
7. Trabalhar para fazer super escuteiros. Devemos estar conscientes, no que diz respeito à capacitação, ao treino, de não tratar de começar um curso a partir de onde deixamos o anterior, sem pensar que necessitamos começar e recomeçar sempre pelas bases e os princípios para progredir a partir destes.
Para terminar, recordemo-nos que Baden-Powell, em 1938, proclamava com orgulho e alegria o número de 3 milhões e meio de Escuteiros no mundo. Agora podemos ver um movimento que ultrapassou os 8 milhões, (1957) devido justamente à sua simplicidade e ao prazer dos rapazes que tem sido contínuo.
Sem dúvida, que Baden-Powell tocou com o dedo em algumas das mais formidáveis ideias e práticas que levam os rapazes a segui-las com entusiasmo, e nos métodos, e modo de manejar e guiar os rapazes. É por isso que devemos nos manter o mais possível dentro da simplicidade, da alegria e do entusiasmo que ele inspirou.
Os únicos capazes e possíveis de pôr o Escutismo a perder são os próprios chefes e dirigentes.
Se nos tornarmos arrogantes, complacentes e a nos fazermos passar por demasiado auto-suficientes, então – e apenas com essas coisas – poderemos arruinar o Movimento.
Pensem nisso…
John Thurman