FONTE:GUIMARÂES DIGITAL.
VÍDEO: Jovem vimaranense sobreviveu a choque eléctrico e agradeceu aos bombeiros de Vizela
Já teve alta hospitalar o jovem vimaranense que, no passado dia 15 de Abril, sofreu uma forte descarga eléctrica quando procedia a trabalhos de serralharia na construção de uma nova unidade industrial, em Tagilde, no concelho de Vizela.
José Pedro Moreira Vaz, de 24 anos, saiu do Hospital da Senhora da Oliveira, no passado sábado, e foi directamente ao quartel da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vizela, onde decorriam as comemorações do 144º aniversário da Instituição. Quis agradecer à equipa que o socorreu no acidente de trabalho, coincidindo a sua presença com o momento em que estavam a ser condecorados o Adjunto de Comando Hugo Ferreira e a Bombeira de 2ª Maria Ferreira, acabando por ser ele surpreendido com uma homenagem simbólica. "É uma espécie de tesouro", afirmou, apontando para o objecto onde está representado o seu rosto, o dia, a hora e a linha com os primeiros batimentos cardíacos após os dois bombeiros terem conseguido reverter a paragem cardiorrespiratória com a ajuda do Desfibrilhador Externo Automático (DEA).
"Foi indescritível ver aqueles heróis que me salvaram. Se estou vivo, devo-o a eles", contou o jovem, emocionado, muito sorridente, com a mão e o braço esquerdo escondidos pelas ligaduras que encobrem a queimadura. "Felizmente, nenhum órgão sofreu danos com o choque eléctrico. A descarga entrou pelo braço que tinha apoiado na plataforma metálica e saiu-me pelo abdómem, deixando queimaduras de segundo e terceiro graus. A equipa médica diz que valeu o facto de ser ainda muito jovem", salientou, advertindo que foi submetido a diversas intervenções cirúrgicas, estando ainda a aguardar a evolução dos tratamentos a que foi submetido nos hospitais de Coimbra e de Guimarães.
"Se estou vivo, devo-o aos bombeiros", insistiu. "Sei que os meus amigos nunca desistiram de mim, fizeram o que puderam, mas foram os bombeiros que me devolveram a vida", disse, com uma certa solenidade, indicando que não tem memória "desse dia, nem dos dois ou três dias anteriores". "Só me lembro de acordar no Hospital, em Coimbra, e de ser informado que tinha sofrido um choque elétrico. Foi tudo tão estranho! Não sabia que tinha 'apagado', nem do que me fez ir parar ali. Aos poucos, devagarinho, com a ajuda dos amigos e da namorada, estou a refazer o puzzle desses dias. Estive em coma quatro dias e parece que renasci para uma nova vida", considerou, ao lado de Cláudia Fernandes, a companheira com quem vive na freguesia de Sande S. Martinho.
A jovem de 23 anos não esquece a tarde em que soube do acidente e correu "com receio e esperança" para o Hospital da Senhora da Oliveira. "Quando ele foi evacuado para Coimbra, a ambulância que o transportou até ao Estádio do Vizela onde aterrou o helicóptero parou à porta da Urgência e nós estávamos lá para o ver. Eu, a família e os amigos, porque sabíamos que seria uma luta difícil de vencer e tínhamos de aproveitar aquele momento", recordou a namorada que tem sido o apoio de José Pedro neste processo de recuperação. "Estou limitado para a higiene pessoal, para comer, mas felizmente ando bem, reconheço o meu mundo. Ainda não posso utilizar o computador, coisa que gostava muito de fazer. Lá virá o dia!", pespectivou José Pedro, em tom de brincadeira, sorrindo, continuando a apontar para o troféu oferecido pelos bombeiros de Vizela onde se lê a frase de Georges Bernanos "A esperança é a maior e a mais difícil vitória que um homem pode ter sobre a alma".
Resta dizer que os dois bombeiros foram distinguidos com a medalha grau ouro, por serviços distintos, uma estrela.
As circunstâncias em que ocorreu o acidente de trabalho estão a ser investigadas pelas entidades competentes.
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