terça-feira, 13 de maio de 2014

História de Sande

Publicada por A.Mendes

História de Sande
Caros leitores do Terras de Sande, a partir de hoje publicarei semanalmente neste Blog a história de Sande. Todas as Quartas-Feiras publicarei um pedaço da rica história da nossa freguesia, para a manter viva e para que vocês a possam conhecer mais profundamente.
Estes registos são baseados nas publicações da “Revista de Guimarães”, editada pela Sociedade Martins Sarmento. Aconselho aos nossos caros leitores que, tal como eu, guardem este registo que vos vou passar e que, se vos for possível, o imprimam e façam assim um “livro” da história de Sande S. Martinho, perpetuando assim a história da freguesia e deixando uma recordação para os vossos filhos e gerações vindouras.
Todas as publicações serão feitas ordenadamente para que vocês as possam, se assim for a vossa vontade, guardar também ordenamente.
Amanhã será então feita a primeira publicação da “História de Sande”.
Faço isto pelo amor que tenho á minha freguesia e á consideração que tenho por todos vós.
Para todos um grande abraço.

António Mendes

terça-feira, 29 de abril de 2014

História da Creche

Publicada por A.Mendes



Hoje vou relatar a história da Creche, edifício em ruínas existente em Cimo de Vila na nossa Freguesia.

Tudo começou com o falecimento de Artur Jorge Guimarães, estudante da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, varão, filho único de Beatriz Jorge Guimarães, a quem a morte surpreendeu traiçoeiramente, esta família era proprietária da Quinta do Couto também em Cimo de Vila.
No seu leito de morte, pede à mãe que, com a herança que lhe diz respeito em dote de seu Pai, fundasse em S. Martinho de Sande, sua terra natal, uma creche e um asilo anexo para pobres.
Sua vontade foi realizada em Setembro de 1939. Foi construído um asilo para os pobres e doentes e uma creche, à qual foi dado o nome de Creche Artur Jorge Guimarães, em honra do seu filho falecido.
O autor do projecto das obras foi o Engº Carlos António Corte Real, tendo ficado a realização das obras, assim como todos os critérios de realização, incluindo a escolha de uma planta circular, por sessenta e cinco mil escudos.
“ A povoação de S. Martinho de Sande esteve em festa, O seu povo bom, generoso e trabalhador e crente, assistiu deslumbrado e contente a uma cerimónia de alto significado moral e material.
A creche foi inaugurada num lindo domingo de Julho. Os convidados iam chegando pouco a pouco à linda vivenda do Sr. António de Castro Ferreira Braga, vivenda perto do local da inauguração ainda hoje digna de ser admirada em Cimo de Vila, para assistirem á inauguração de uma creche e um asilo para os pobres. Nesta inauguração estiveram pessoas muito importantes, para além do povo de Sande e das freguesias circunvizinhas.
Entre as senhorias, realçava a bondade e simpatia da D. Beatriz Jorge Guimarães “ a benemérita instituidora “ da creche que se iria construir.
A cerimónia da inauguração é iniciada com a bênção da pedra base pelo Rev. Padre Roberto Maciel, louvando a acção de benemerência da senhora D. Beatriz, dizendo que esta acção deve servir de estimulo aqueles que a fortuna bafejou. O Padre Roberto disse para todo o povo de S. Martinho de Sande não se esquecer de D. Beatriz e do seu saudoso filho, Artur Jorge Guimarães nas suas orações.


O lançamento da primeira pedra foi feita pelo Sr. Governador Civil que dirigiu algumas palavras a D Beatriz e quis “perpetuar a memória do seu saudoso filho”. A construção da Creche foi bem recebida na freguesia de S. Martinho de Sande pela função educativa e social a que se destina. O Presidente da Junta de Freguesia de então, Acrescentou que a construção da creche e do asilo de S. Martinho de Sande vieram aliviar imenso as situações que bem podem considerar-se insustentáveis pelas circunstâncias delicadas em que se debatem.
Depois de construída a creche foi doada ao Episcopal de Braga, a doação foi aceite na condição da família continuar a sustentá-la, através de subsídios mensais.
Aquando da construção da estrada Braga/Guimarães destruiu-se o asilo., anos mais tarde, Beatriz Jorge Guimarães adoece gravemente deixando de poder dar o apoio à creche, tendo lá sido colocado um casal para tomar conta, no entanto descobriu-se que esse casal havia vendido indevidamente grande parte dos recursos materiais existentes.
Surgiu a ideia de se doar o edifício à Liga dos Combatentes da 1ª Grande Guerra em 1945, na escritura de doação, consta que a doação só teria efeito enquanto a organização não mudasse de nome, desde há vários anos que a organização mudou de nome para Liga dos Combatentes do Ultramar, entretanto a família tem tentado reaver os terrenos mas até hoje nada conseguiram.
Que eu me recorde, porque eu nasci e residi bem perto do local a Creche nunca funcionou a favor da freguesia, cheguei a ver crianças que não eram de cá a usufruir da creche mas poucos anos.
Entretanto após o 25 de Abril o executivo da Junta de Freguesia que me sucedeu presidido pelo Sr. Fernando Marques da Silva, encetou diligências junto do Governo da altura e da Liga dos Combatentes com o acordo da família para que o edifício fosse doado à freguesia, a Liga dos combatentes recusou o pedido da Junta.
Passados muito anos na campanha eleitoral para as Autárquicas de 2009 a questão da creche foi levantada novamente num programa televisivo por parte de uma apoiante de uma lista candidata às eleições, na altura foi dado como certo que após as eleições a creche reverteria para a freguesia em declarações proferidas nesse programa de televisão, essa pessoa disse que já tinha estabelecido contactos com a Liga dos Combatentes e que era praticamente certa a cedência da creche à freguesia, infelizmente passados mais de quatro anos nada foi concretizado.

António Mendes

  

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Escola Velha ou Escola das Gaias

Publicada por A.Mendes




Hoje vamos aqui contar a história da "Escola Velha" ou "Escola das Gais", que em tempos funcionou no Lugar das Gaias. O edifício onde funcionou esta escola foi concessionado pela Sr.ª Dª Maria Alexandrina Vieira Marques e herdeiros, como poderão verificar no texto publicado no Diário do Governo Nº 101 de 05 de Maio de 1877, texto que aqui publico.

Diário do Governo Nº 101 de 05 de Maio de 1877
3ª Repartição
“Sendo-me presente o requerimento em que Maria Alexandrina Vieira Marques, viúva de Manuel José Ferreira Marques, e seus filhos e noras José Paulino Ferreira Marques, Leopoldina da Silva Marques ,Adolpho Arbués Pereira Marques e Adelina Clarice Monteiro Marques, pedem a creação de uma cadeira de instrução primária no Logar das Gaias ,freguesia de S. Martinho de Sande, concelho de Guimarães, distrito de Braga, e oferecem ao estado para o estabelecimento d”essa cadeira uma casa mandada construir á sua custa e um quintal anexo, com a clausula de reverter tudo para a posse dos doadores ou dos seus herdeiros se a cadeira não for creada e provida no praso de um anno, ou se de futuro deixar de funccionar n”aquele prédio;
Attendendo a que pelo respectivo processo se prova a necessidade e conveniência da creação de uma escola de ensino primário para o sexo masculino no referido logar;
Attendendo a que o prédio oferecido está solidamente construído e reúne as condições e mais requisitos necessários e não só para o conveniente exercício da cadeira, mas também para a residência do professor, valendo de reis 1.400$000 a 1.800$000;
Attendendo a que a junta de parochia da referida freguesia se obriga a ministrar mobília e utensílios para a escola a contribuir com a quantia de 40$000 reis para as despezas de abertura, e a conservar o prédio em estado de se não interromperem os exercícios escolares;
Annuindo aos desejos dos requerentes, e louvandoo seu empenho e patriotismo pelo derramamento da instrucção popular:
Hei por bem, conformando-me com o parecer da junta consultiva de instrucção publica, e do procurador geral da coroa e fazenda, aceitar a indicada doação com a clausula mencionada, e crear uma cadeira de ensino primário para o sexo masculino no logar das Gaias ,  freguezia de S Martinho de Sande, concelho de Guimarães:
O presidente do conselho de ministros, ministro e secretario d”estado dos negócios do reino, assim o tenha entendido e faça excutar.  Paço da Ajuda, em 2 de maio de 1877. – Rei. – Marquez d”Avila e de Bolama””


*Texto fielmente transcrito do original

A Família da Quinta dos Ferreiros, além da doação do edifício, pagou ainda durante muitos anos a sopa e o pão para as crianças que frequentavam a Escola em tempos muito difíceis. A palavra que corria na freguesia era a de que a iniciativa partiu do Dr. Inácio da Mota Ferreira Marques tendo sido dada continuidade pela sua filha D. Maria Teresa de Balsemão Ferreira Marques.
A Escola tinha ainda, até do final dos anos 50, uma extensão que funcionava numa sala
de aulas naquela que é hoje a Rua de S. Gonçalo, antigo Lugar de Cimo de Vila. Esta extensão servia a parte alta da Freguesia e era conhecida como a “Escola de Cima de Vila”.

No mandato 1976/ 1979 a primeira Junta de Freguesia democraticamente eleita após o 25 de Abril iniciou o processo de construção de uma nova Escola, concretizando-se assim um sonho e uma necessidade para a época. Com a inauguração de um novo edifício no final dos anos 80, com 14 amplas salas de aula, refeitório e outros equipamentos necessários ao bom funcionamento de uma Escola, Sande S. Martinho ficou munido das melhores condições que existiam na época para as suas crianças.
No que diz respeito ao destino da “Escola Velha”, no final dos anos 70, a Junta de Freguesia em funções solicitou à Câmara Municipal que a escola continuasse a ter funções letivas, nomeadamente um Jardim de Infância e uma Escola de Educação de Adultos, esse pedido foi aceite pela Câmara Municipal. Como todos sabemos, no entanto, a Escola Velha está hoje abandonada e não é sequer propriedade pública. Isto aconteceu porque as juntas de freguesia subsequentes não deram a devida atenção ao edifício e à documentação existente, o que levou ao acionamento de uma cláusula presente no contrato original que obrigava a entrega do edifício aos herdeiros. Infelizmente, a inação da Junta de Freguesia levou à perda de um edifício de extrema importância histórica para a freguesia e um edifício que, certamente, ainda hoje poderia ser usado para muitas finalidades.

Nota: Já depois de ter redigido este artigo, chegou ao meu conhecimento que o grupo do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia apresentou uma proposta no sentido de atribuir o nome de Maria Alexandrina Vieira Marques à atual Rua da Escola e de Dr. Inácio Mota Ferreira Marques a parte da atual Rua das Reguengas, o que me parece um ato de inteira justiça. No entanto, e uma vez que se vai proceder à alteração da toponímia de algumas ruas, seria de inteira justiça também, aproveitar esta oportunidade para atribuir o nome de uma das ruas da freguesia a Fernando Marques da Silva, antigo Presidente da Junta de Freguesia, como forma de reconhecimento pelos enormes serviços prestados à freguesia.  

António Mendes

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Um homem da cultura nos caminhos de Sande

Publicada por A.Mendes


O Dr. Paulo de Cantos, figura conhecida da cultura Portuguesa, como poderão constatar nos texto que mais
 à frente iremos apresentar, era um frequentador da nossa freguesia, onde passava regularmente temporadas na sua Quinta do Couto, conhecida pela sua torre, conhecida na freguesia como "Castelo do Couto".

















sábado, 1 de fevereiro de 2014

Flôr de Lis

Publicada por A.Mendes

















Equipa de Futebol de Salão composta só por Escuteiros num campeonato relizado nas Taipas em 1975.
Em pé da esquerda para a direita, Augusto Oliveira, Carlos Maria, Mendes Gomes "Torres", JoãoFerreira "Jeta", António Sarmento, João Eduardo, Zé Manel"Turibio", Paulo Freitas, Ribeiro da Silva "Pinheiro".
Em baixo Zequita, João Carlos, Orlando Monteiro, Virgilio e António Mendes.





segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Vida Paroquial de 18/25 de Agosto

Publicada por A.Mendes


                                                         Carregue aqui para ver texto maior

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Viagem ao Minho

Publicada por A.Mendes



Aqui fica um texto sobre Sande S. Martinho, publicado na já extinta Revista Panorama, no ano de 1854, escrito pelo escritor Gomes de Amorim, natural da Póvoa de Varzim.

Carregue aqui para ver o texto


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Cruz d'Outinho

Publicada por A.Mendes



Para recordar e dar a conhecer

No limite da nossa Freguesia com Sande S. Clemente, mais concretamente no Monte de Outinho junto à Sr.ª da Saúde, existe uma Cruz de pedra que outrora se visualizava da parte baixa da Freguesia, da Igreja para baixo, do lugar das Pontes, Taburno, Tarrio, etc., até ao lugar das Gaias. Hoje a sua visualização já não é possível devido ao crescimento da vegetação.

A referida Cruz está colocada em cima de um conjunto de penedos de grande porte assentes no terreno das mais variadas formas.

Esta Cruz situa-se no ponto mais alto da Freguesia, mesmo acima da Quinta do Vitelas.

Aconselho que faça uma visita ao local, caso necessite de guia estou ao dispor de quem o desejar, além da visita fará uma boa caminhada

António Mendes

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Polaróides de figuras extintas I - Pintor Barbosa

Publicada por Jorge Mendes

Roubo para esta esta coluna o título de um livro de Douglas Coupland, que me parece adequado ao exercício de memória que aqui quero fazer.


Penso que muitas das pessoas, que como eu, não vivem o dia a dia em Sande, sentem o choque de por vezes lerem a secção de óbitos deste site e pensarem que essa Sande - que de certa forma é apenas uma memória de um passado mais ou menos distante - vai desaparecendo a pouco e pouco.

Esta coluna nasce para que fiquem registadas algumas pessoas e as suas estórias. Podem não ter sido algumas delas pessoas importantes no sentido social do termo, mas certamente deixaram impressões na nossa memória. Convido os leitores a contribuir com personagens que queiram ver lembradas e até que nos enviem os seus próprios textos.

Pintor Barbosa

Domingos Barbosa Ribeiro, nascido em 26 de Agosto, arrisco de 1949. Todas as terras têm pelo menos um personagem parecido, capaz de animar ou por em reboliço qualquer Café ou tasca.

As suas aventuras mirabolantes como cozinheiro ou pintor são dignas de livros de aventuras, e de tanto contadas chegam a adquirir contornos mitológicos. Era corrente por exemplo a estória na qual ele e o irmão foram contratados para um restaurante como cozinheiros, tendo começado um cozinhado como «batatas à espanhola» e acabado com «bacalhau à Gomes-de-Sá» - ou terá sido ao contrário?.

Chamavam-lhe «Mitó», certamente uma abreviatura de mitómano, dado que a realidade era coisa que ele ia fabricando a cada momento. Sempre o conheci por essa alcunha, e outras foi adquirindo com o tempo, como a de «Pintor Barbosa» que ganhou quando decidiu que a sua vocação de vida era na verdade a de ser pintor de construção civil. Em abono da verdade pouco pintou enquanto profissional, mas também não se pode dizer que nunca pintou.

Como figura especial que era, com uma dose imensa de ingenuidade, vivia num ambiente que com uma certa ambiguidade por vezes o usava para animar a festa e o tornava presa fácil de alguns grunhos ou borrachões, e por outro lado o ia protegendo, arranjando-lhe trabalho ou não o deixando meter-se em sarilhos, uma das suas especialidades.

Foi justamente quando se aventurou fora do seu ambiente natural que o «Pintor Barbosa» traçou o seu destino, porque ficou por sua conta num mundo violento no qual a mão amiga que por fim sempre aparecia deixou de existir. Por isso morreu de forma trágica, depois de notícias que iam dando notas de como era abusado pelos lugares por onde andava.

Ele costumava sentar-se na nossa tasca a ver televisão, numa mesa em frente ao balcão, e foi numa dessas situações, em que ele estava quieto o suficiente para que eu pudesse trabalhar, que eu o desenhei em 22 de Julho de 1995.